domingo, 12 de outubro de 2014

Poesia e erotismo


             Poesia e erotismo

               Poesia erótica, caminho estreito: arte e erotismo, beleza e abismo, um ao lado do outro. O êxito tem nome, é Paula Taitelbaum, jornalista gaúcha, escritora e publicitária. Outros nomes existem, mas não encontro com facilidade. Uma pena.
               Mas há de ser assim, essa navalha exige talento, esmero. Ou isso, ou inspiração celestial: arte e sexo são divinos.
               Outro êxito:

Obséquio – Amparo Jimenez

Este orgasmo
tan celosamente
guardado
               para ti,
hoy,
amorosamente
lo entregué a mi mano.

sábado, 7 de junho de 2014

Boa música II

Boa música II
           
            Dando continuidade ao artigo anterior sobre boa música, foco hoje no Blues, gênero de minha preferência. Os bons e criativos músicos do Blues criam há décadas pérolas as quais gostaria de repartir.
            Repito aqui minha sentença: o que diferencia homens de meninos são as músicas que escutam. O Blues é um dos gêneros onde procuro riqueza, ou, se quiserem, o antídoto para a mesmice. A busca? Novamente recorri às rádios, internet e nomes que me foram repassados por outros insatisfeitos.  Pelo farto material que se encontra sobre o Blues, esta é uma pequena lista do muito que existe.
Justin Cross - Drink the Water
Gary Clark Jr - Bright Lights
Hank Davison Band Live - RoadHouse Blues
Kenny Neal – Blues Falling Down Like Rain
Melvin Taylor- Blue jeans blues
Ry Cooder - Paris, Texas
Cyndi Lauper - Mother Earth
Roy Buchanan -  Green Onions
Ruth Brown - Looking Back
Ry Cooder – Busride
Eventuais discordâncias, atribuamos à pluralidade.


Vândalos

Não fossem os vândalos, os protestos de meados de 2013 teriam maior fôlego. Eles ajudaram a espantar o povo das ruas. Involuntariamente contribuíram com quem combatiam.

Transgênicos


Transgênicos

A discussão sobre os transgênicos é ideológica? É mercadológica? Ou o quê? Confesso, sei muito pouco a respeito. Sei, ou é o que me dizem, que a agricultura tradicional é mais produtiva do que a orgânica, porém a orgânica obtém melhor preço na venda em função da consciência do consumidor que começa a se tornar mais exigente com relação ao que consome. Sei, ou é o que me dizem, que o milho mexicano, produzido a partir de sementes nativas, vem sendo "contaminado" pelo milho transgênico plantado nos Estados Unidos. O mesmo, ou semelhante, caso é tratado em artigo da revista Nature ( 29.11.01).
     Só tenho perguntas:
     Nossa saúde corre riscos? Vamos perder as espécies nativas? Estas têm alguma importância para a biodiversidade? Chegará o dia em que para nos alimentarmos precisaremos comprar sementes de uma ou duas multinacionais? Alguém, em algum lugar deste planeta, reconhece a importância de mariposas, lagartas, moscas, fungos e bactérias?
     Grandes erros foram cometidos no passado: Poluição, contaminação, destruição da natureza, desaparecimento de espécies. As pessoas que provocaram essas coisas tinham, muitas vezes, tão fortes argumentos que chegavam a parecer verdades absolutas (lembremos a talidomida). Meu sentimento é de que estão decidindo as nossas vidas sem nos esclarecer suficientemente sobre o que acontece. É o tipo de coisa que  precisa ser melhor discutida, temos que saber qual o preço nos será cobrado futuramente e decidir, por nós mesmos, se é este o progresso que queremos.

Corporativismo


Há dias venho buscando descobrir eventual benefício do corporativismo. O que me ocorre é a defesa dos interesses quando direitos são ameaçados, ou quando existe a necessidade de se avançar em alguma questão relevante e se encontra barreira impedindo (possivelmente outro corporativismo contrário).
A defesa de interesses legítimos autoriza o corporativismo. A pergunta é: e tais não o são sempre legítimos? Sim, infelizmente quando do nosso interesse tudo parece legítimo. E não basta arguir bom-senso, essa infelizmente não é uma expressão que por si só fará com que as coisas cheguem a bom termo. O bom-senso, tal gênio da lâmpada, atende todas as vontades do amo. É necessário mais do que isso. Empatia, sensibilidade, senso de dever, rigor consigo.
Deveria o profissional de qualquer área, o integrante de qualquer grupo, antes de assim considerar-se pensar em si como cidadão. Este é o sujeito que coloca o bem geral a frente do pessoal e do corporativo.
Encontrar alguém assim não é uma busca utópica. Quando admiramos alguém por sua postura e correção, essa pessoa certamente é o exemplo vivo das possibilidades do ser humano.  
Logo, duas perguntas me são impostas: Nos últimos dias quantas vezes questionei as vontades dos meus pares? Quantas vezes, nesse período, tive a impressão de prejuízo pessoal em favor do bem comum?

As respostas dizem quem sou.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Boa música


           
            E agora, o que fazer com aquele rádio que a gente até tem vontade de ligar mas cansa de procurar por boa música? Não mais que três pontos na escala do rádio, três estações, ali tenho que encontrar algo para ouvir. O resto, por experiência, não dá coragem.
Sempre existiram letras de música ruins, fracas. Está piorando. Em muitos casos fica o sentimento de que o cantor (a figura do vocalista) é imprescindível, mas a letra não. Na situação atual, mesmo que me esforçasse muito, seria difícil estabelecer o ranking das piores, por óbvios motivos.
            A vida está sofrendo um processo de empobrecimento.
            Minha sentença: o que diferencia homens de meninos são as músicas que escutam.
Para não sofrer com o que nos é ofertado, há de se garimpar, escutar as escassas rádios com programação de qualidade, buscar na web, e principalmente partilhar as “descobertas”.  
Minha contribuição: sugiro pesquisar no Youtube os artistas e as músicas abaixo, vai que o seu gosto está próximo do meu. Não se espere, porém, que esteja tudo ao agrado dos apreciadores da boa música. E nem é o ideal, visto que a pluralidade só é atingida com variados gostos.
A excelente MPB:
Mariana Aydar - Zé do Caroço;
Maria Gadú - A História de Lily Braun.
A exótica Música Turca:
Cafe Anatolia - Gülümcan;
Boas Latinas:
Gustavo Santaolalla – Pajaros;
Malena Muyala - Pena Mulata.
Outras:
Jace Everett - Bad Things;
Lana Del Rey – Ride;
Selah Sue – Raggamuffin;
Justin Cross - Drink the Water;
Nina Simone- I Put Spell On You;
Herbie Hancock - Cantaloupe Island.



sábado, 8 de setembro de 2012

Monocultura e diversidade


Monocultura e Diversidade
Monocultura: plantação extensiva de um só produto agrícola. Sinônimo de grande extensão de terra, muita mecanização e pouca gente trabalhando, destruição de mata nativa, erosão, assoreamento... Perigo para a vida.
Desmatamento e comercialização da madeira: mão-de-obra mal remunerada, destruição de mata nativa, erosão, assoreamento... Perigo para a vida.
Aí entrou a ecologia, desenvolvida a partir de idéias de preservação, de consciência da importância da biodiversidade, de amor à natureza.
E o que é a nova monocultura?
O modo de vida de uma comunidade, seus costumes, sua cultura; tudo ameaçado pela programação que entra nos lares e que diz (de forma sutil ou nem tanto) como se deve viver.
A nova monocultura é sinônimo de grande produção e consumo de uma pequena quantidade de itens: existe um tipo de vida a ser copiado, existe a música do momento, existe a exploração do corpo e... da lágrima. Se algum repórter lhe perguntar o que você acha, digamos... do nome da sua rua, dê-lhe qualquer resposta, pode ser cômica, desaforada, cínica... mas responda com lágrimas nos olhos. Ele irá repetir a pergunta para dezenas de pessoas, mas a sua imagem é a que será explorada.
A nova monocultura, com a sua grande produção, entope as vias por onde deveriam fluir as diversas manifestações populares e intelectuais, sufoca e destrói a diversidade. Ela usa o que é comum (as concessões do Estado) como se fosse seu, particularizando os lucros mas socializando os danos ao patrimônio cultural.
Precisamos lutar pela manutenção da diversidade de opiniões, pelo direito dos gêneros musicais, literários, cênicos, etc. de continuarem a existir. A diversidade é imprescindível à vida.