quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Melhores Escolhas

Melhores escolhas


        Trocam os atores, mas o modelo se repete: Alguma gravação mostrará como agem aqueles por nós escolhidos, escancarando o quão lamentável pode ser a conduta de notórios (ou nem tanto) na política. E as reformas? Tentativas de moralização na política que raro avançam, depois do ânimo ingênuo, a frustração das oportunidades.
          Então me ocorre perguntar o quanto dos atuais políticos são honestos e o quanto são competentes?
         Deveríamos escolher melhor... 
         E se os comparássemos aos que deixaram de se eleger, descobriríamos o quê? Na média quais são os melhores?
         Se me cabe algo de original está no sobressalto que assombra meus pensamentos em momentos de desânimo: De já estarmos escolhendo os melhores. Eles estão no poder. Tenho encarado essa possibilidade como potencialmente verdadeira.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A arte de ler

Breve reflexão sobre a arte de ler

Ler é arte? Seguramente. Tornar-se leitor é partilhar da construção do texto, dando a este todos os significados que as vivências e sentimentos permitirem.
Numa espécie de beabá, comecemos por Marcelino Freire, escritor brasileiro, que disse: “Tem gente que fala que tem influências de outros escritores, acho isso uma sacanagem com o porteiro do prédio, os amigos do trabalho”. O porteiro, o amigo, o estranho na esquina, o cão da vizinha, a vida é a matéria-prima do escritor, da soma de ingredientes surge a ficção; a dose, a mistura, é receita que só deve ser usada uma vez, gerando obra única, original.
Essa obra por vezes vai ao âmago, o leitor a percebe reflexo daquilo que sente. Lembro Mário Quintana: “Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente... e não a gente a ele!”
Fruto da criatividade e da sensibilidade, a obra literária, além de “ler o leitor” desvenda, mostra, trás luz ao que não está óbvio. Valho-me de Paul Klee, artista plástico: “O pintor não deveria reproduzir o visível, e sim tornar visível”. Ao que parece, as artes têm o desvendar como aspecto comum. Mas tal não é tão claro, definido. E, por isso, não existe a “versão certa”, a “interpretação definitiva”, o caminho do livro é pessoal e reflete o momento do leitor. É assim que o mesmo livro, lido com intervalo de anos, mostrará aspectos antes ocultos.
Concluo com Robert Bresson, cineasta: “O importante não é o que eles (os atores) me mostram, mas o que eles escondem de mim, e sobretudo o que eles não suspeitam que está dentro deles.” Novamente em outra expressão artística encontro referências sobre as descobertas. O livro que alguém lê não é lido por mais ninguém, compartilha-se apenas o título. O leitor reinventa, a cada leitura, a arte de ler: ele é senhor da interpretação.
Então, pode-se dizer, a cada leitura descobrimos o que o escritor esconde e, sobretudo, o que ele não suspeita estar no seu texto...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Opiniões

          Opiniões


          Todas as coisas podem ser vistas de mais de uma maneira, portanto, esclarecer é desvendar os vários lados de uma determinada questão. Ao mostrar um só ângulo é necessário deixar claro que se trata de opinião da alguém; do contrário, será tendencioso, desonesto. Mas, quantos exemplos se conhece de situações em que especialistas contrários foram chamados para mostrarem seus pontos de vista? Devo ter visto algumas escassas vezes tal acontecer, tão raras que pouco lembro de caso prático para citar. Ressalvem-se os debates políticos, onde cada candidato tem a oportunidade de expor seus pontos de vista e os Tribunais, onde o julgamento resume-se ao embate entre duas teses. Se o resultado não é a perfeição, necessário aprimorá-los.